terça-feira, 28 de abril de 2009

PRAZER PELA METADE

Uma super amiga me mandou por email e achei que deveria compartilhar..

"Não há nada que me deixe mais frustrada do que pedir sorvete de sobremesa, contar os minutos até ele chegar e aí ver o garçom colocar na minha frente uma bolinha minúscula do meu sorvete preferido ?
Uma só.

Quanto mais sofisticado o restaurante, menor a porção da sobremesa.
Aí a vontade que dá é de passar numa loja de conveniência, comprar um litro de sorvete bem cremoso e saborear em casa com direito a repetir quantas vezes a gente quiser, sem pensar em calorias, boas maneiras ou moderação.

O sorvete é só um exemplo do que tem sido nosso cotidiano.
A vida anda cheia de meias porções, de prazeres meia-boca, de aventuras pela metade.
A gente sai pra jantar, mas come pouco.

Vai à festa de casamento, mas resiste aos bombons.
Conquista a chamada liberdade sexual, mas tem que fingir que é difícil (a imensa maioria das mulheres continua com pavor de ser rotulada de 'fácil').
Adora tomar um banho demorado, mas se contém pra não desperdiçar os recursos do planeta.
Quer beijar aquele cara 20 anos mais novo, mas tem medo de fazer papel ridículo.
Tem vontade de ficar em casa vendo um DVD, esparramada no sofá, mas se obriga a ir malhar.

E por aí vai.
Tantos deveres, tanta preocupação em 'acertar', tanto empenho em passar na vida sem pegar recuperação...
Aí a vida vai ficando sem tempero, politicamente correta e existencialmente sem-graça, enquanto a gente vai ficando melancolicamente sem tesão...

Às vezes dá vontade de fazer tudo 'errado' ? Deixar de lado a régua, o compasso, a bússola, a balança e os 10 mandamentos.
Ser ridícula, inadequada, incoerente e não estar nem aí pro que dizem e o que pensam a nosso respeito.
Recusar prazeres incompletos e meias porções.

Até Santo Agostinho, que foi santo, uma vez se rebelou e disse uma frase mais ou menos assim: 'Deus, dai-me continência e castidade,..... mas não agora'...
Nós, que não aspiramos à santidade e estamos aqui de passagem, podemos (devemos?) desejar várias bolas de sorvete, bombons de muitos sabores, vários beijos bem dados, a água batendo sem pressa no corpo, o coração saciado.

Um dia a gente cria juízo.
Um dia.
Não tem que ser agora.
Por isso, garçom, por favor, me traga: cinco bolas de sorvete de chocolate, um sofá pra eu ver 10 episódios do 'Law and Order', uma caixa de trufas bem macias e o Richard Gere, nu, embrulhado pra presente. OK ?
Não necessariamente nessa ordem.
Depois a gente vê como é que
faz pra consertar o estrago. "

Autor desconhecido

PS. Comecei uma dieta hoje porque estou enorme de gorda mas vou repensar meus conceitos. Com certeza.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Histórias de Páscoa

Quando eu era criança, na época da Páscoa minha mãe tinha mania de colocar os ovos de chocolate em cima da estante e eu e minha irmã ficávamos de olho durante uns bons dias porque ela sempre comprava antecipado. Um dia resolvemos tentar abrir os ovos, comer só o que tinha dentro e fechar de novo para que ninguém percebesse. A coisa deu certo e todos os dias a gente abria e comia mais um pedaço. Quando chegou o domingo de Páscoa não tinha mais ovo e a gente levou a maior bronca da minha mãe. Lembro também que teve um ano que minha mãe não comprou antecipado pra gente não comer antes do dia e quando ela tentou comprar não encontrou mais nenhum ovo inteiro em lugar nenhum aqui em Belo Horizonte. Nossa foi uma decepção tão grande que eu nunca consegui esquecer... Achei engraçado porque esse ano minha irmã deu o ovo pra minha filha uma semana antes. E eu argumentei pra que ela não desse antes da data pra Lu não ficar comendo antes e ela disparou: " Quando a gente tinha a idade dela a diversão não era justamente comer os chocolates antes????" E eu fiquei sem argumento...

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Sobre recomeçar...

Todo mundo já teve que recomeçar qualquer coisa por um ou vários motivos. Talvez seja por isso que tantas pessoas em diversos momentos escreveram sobre seus recomeços ou sobre os recomeços alheios... Escrevo só porque quero fazer parte das estatísticas. Aquelas que tentam transformar as pessoas e seus momentos em percentuais... sou um percentual sim, mais um número nesse mar aritmético quase exato a não ser pelo fato indiscutível de que os humanos não são perfeitos, afinal são apenas humanos, enfim. E nesses recomeços impostos pela vida nossa de cada dia a gente se enrola e se perde. E nunca sabemos pra onde os novos caminhos vão nos guiar... ficamos simplesmente sem chão. A realidade muda de cor e de textura e nos deparamos com nossos mitos, com nossos medos. O recomeço é justamente o ponto em que começamos a enfrentar esses medos e daí as mudanças podem se tornar mais leves e chegamos mesmo a percebê-las agradáveis. Meu Deus!!!! Como vivemos assim por tanto tempo???? E essas interrogações começam a fazer parte de nós e em alguns momentos acreditamos que somos a própria dúvida... e entendemos que a dúvida faz parte do jogo... e assim recomeçamos sem saber o exato momento em que tudo começou de fato ou se estamos prontos pra tudo que está acontecendo... Não há tempo pra essas perguntas... devemos simplesmente viver...

Ps: este post estava no meu primeiro blog e foi escrito em 2007 e achei interessante guardá-lo aqui também.